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Fragmento de Vida e Proezas

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Fragmento de Vida e Proezas por Sérgio Gomide

" [...] Lembrei-me de certa manhã, num Pinheiro encontrei um casulo, no instante em que a borboleta dentro dele rompia a casca e se preparava para surgir. Eu esperava, esperava, estava demorando e eu tinha pressa. Então me inclinei sobre ela e comecei a aquecê-lá com o meu hálito, impacientemente eu aquecia e um milagre começou a se desenrolar diante de mim com um ritmo veloz e antinatural, a casca abriu-se completamente e a borboleta surgiu. Jamais esquecerei o meu horror, suas asas ficaram frisadas, não se desdobraram, todo seu corpinho esforçava-se para desenrolá-las, mas não conseguia.

Com o meu hálito, eu também me esforçava para ajudá-la, em vão, ela necessitava de um paciente amadurecimento e desdobramento ao sol, mas agora já era tarde. Meu sopro havia forçado a borboleta a surgir antes da hora, enrugada e temporam. Saiu imatura, moveu-se desesperada e logo depois morreu na palma da minha mão. Acho que esse penugento corpo morto da Borboleta é o maior peso que carrego na consciência. Eu compreendi então em profundidade, é pecado mortal infringir as leis eternas, temos o dever de seguir o ritmo perpétuo com confiança.

Para assimilar calmamente essa reflexão de ano novo empolerei-me em um Rochedo. Aí se eu pudesse, dizia para mim mesmo, neste novo ano ritmar minha vida assim: sem paciência histéricas. Se essa pequena borboleta que eu matei porque tive demasiada pressa para fazer viver, voasse sempre diante de mim mostrando-me o meu caminho e assim uma borboleta que morreu precocemente talvez ajudasse uma irmã, uma borboleta humana a não se apressar e a conseguir desenrolar as asas em ritmo lento [...]"

Autor: Alexis Zorbas

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" [...] Lembrei-me de certa manhã, num Pinheiro encontrei um casulo, no instante em que a borboleta dentro dele rompia a casca e se preparava para surgir. Eu esperava, esperava, estava demorando e eu tinha pressa. Então me inclinei sobre ela e comecei a aquecê-lá com o meu hálito, impacientemente eu aquecia e um milagre começou a se desenrolar diante de mim com um ritmo veloz e antinatural, a casca abriu-se completamente e a borboleta surgiu. Jamais esquecerei o meu horror, suas asas ficaram frisadas, não se desdobraram, todo seu corpinho esforçava-se para desenrolá-las, mas não conseguia.

Com o meu hálito, eu também me esforçava para ajudá-la, em vão, ela necessitava de um paciente amadurecimento e desdobramento ao sol, mas agora já era tarde. Meu sopro havia forçado a borboleta a surgir antes da hora, enrugada e temporam. Saiu imatura, moveu-se desesperada e logo depois morreu na palma da minha mão. Acho que esse penugento corpo morto da Borboleta é o maior peso que carrego na consciência. Eu compreendi então em profundidade, é pecado mortal infringir as leis eternas, temos o dever de seguir o ritmo perpétuo com confiança.

Para assimilar calmamente essa reflexão de ano novo empolerei-me em um Rochedo. Aí se eu pudesse, dizia para mim mesmo, neste novo ano ritmar minha vida assim: sem paciência histéricas. Se essa pequena borboleta que eu matei porque tive demasiada pressa para fazer viver, voasse sempre diante de mim mostrando-me o meu caminho e assim uma borboleta que morreu precocemente talvez ajudasse uma irmã, uma borboleta humana a não se apressar e a conseguir desenrolar as asas em ritmo lento [...]"

Autor: Alexis Zorbas

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