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Extrema direita francesa deve obter mais que o dobro de votos que partido de Macron nas eleições europeias

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Eleitores da União Europeia estão indo às urnas desde quinta-feira (6) para renovar o Parlamento de Estrasburgo. A previsão é de uma guinada ultraconservadora, inclusive na França, com um preocupante fortalecimento da extrema direita no bloco europeu.

Daniella Franco, da RFI

A Holanda abriu ontem o fim de semana de votação na Europa e nesta sexta-feira (7) foi a vez da Irlanda e da República Tcheca. No sábado (8), votam os eleitores da Letônia, de Malta e da Eslováquia. No domingo (9), 20 Estados-membros da União Europeia vão às urnas, entre eles, a França.

Sob a liderança de Jordan Bardella, presidente do partido Reunião Nacional, a extrema direita francesa já comemora antecipadamente sua vitória. A dois dias da população francesa ir às urnas, a legenda segue imbatível nas pesquisas de intenção de voto. Uma sondagem divulgada nesta sexta-feira (7) pelo Instituto OpinionWay mostra que o líder ultranacionalista tem 33% das intenções de voto.

Se o resultado confirmar no domingo (9), a extrema direita francesa deve obter um resultado inédito nessas eleições europeias, conseguindo mais do que o dobro dos votos do partido do governo, o centrista Renascimento. Liderado pela candidata Valérie Hayer, a legenda de Macron tem cerca de 15% de intenções de voto. Logo depois chega o Partido Socialista, encabeçado pelo candidato Raphael Glucksmann, com cerca de 13% das intenções de voto.

Guinada da extrema direita na UE

O sucesso da extrema direita entre o eleitorado europeu se espalha pelo bloco. Pela primeira vez na história, a corrente vai se tornar a terceira força no Parlamento Europeu.

As primeiras apurações na Holanda mostram que, como esperado, o Partido da Liberdade (PVV), do líder populista holandês Geert Wilders, protagoniza um importante avanço, e deve obter 7 das 31 cadeiras da Holanda no Parlamento Europeu. Nas últimas eleições europeias, em 2019, o PVV conseguiu apenas um lugar.

Por enquanto, é a centro-esquerda que lidera a contagem de votos na Holanda, por meio da aliança entre os ecologistas e os trabalhistas. A coligação deve enviar 8 deputados ao Parlamento Europeu – um a menos do que há cinco anos.

O país da UE com o discurso ultranacionalista mais acirrado hoje é a Hungria, liderada pelo primeiro-ministro Viktor Orban. A previsão é que seu partido, o Fidesz, obtenha 48% dos votos no domingo, depois de uma campanha anti-europeia e cravejada de fake news. Uma das principais falsas notícias propagadas pela legenda nas últimas semanas é que a União Europeia estaria planejando colocar em prática um serviço militar obrigatório para enviar cidadãos europeus para lutar na Ucrânia contra a Rússia.

A Itália também é outro dos vários países europeus mergulhados no discurso da extrema direita. O partido Irmãos da Itália, da premiê Giorgia Meloni, lidera as pesquisas de intenção de voto das eleições europeias, com 27% da preferência.

Já a Polônia, que foi palco de uma guinada pró-Europa, nas eleições legislativas do ano passado, corre o risco de uma marcha à ré. O partido centrista Coalizão Cívica, do premiê Donald Tusk, tem a mesma quantidade de intenções de voto do ultraconservador Lei e Justiça (PiS), ambos com cerca de 30%.

Em outros países a extrema direita não lidera a corrida eleitoral, mas registra uma expectativa de um crescimento expressivo na votação. É o caso da Alemanha, onde o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) deve obter seu melhor resultado nas eleições europeias, com uma previsão de convencer 16% do eleitorado.

Em Portugal, o discurso anti-imigração se reforça com o crescimento do partido de extrema direita Chega. A legenda é hoje a terceira força política do país e tem 12% das intenções de voto nessas eleições europeias.

Normalização da extrema direita

Para muitos especialistas em extrema direita, o renascimento da extrema direita se deve principalmente à abertura que foi sendo concedida ao longo dos anos aos políticos e partidos de ultradireita. Segundo Nathalie Brack, professora de Ciência Política na Universidade Livre de Bruxelas, o cenário reflete “a normalização” dos ultranacionalistas.

“As ideias da extrema direita estão cada vez mais na agenda, e as cooperações com certas forças da direita radical se tornam quase normais, por meio de coligações”, observa.

A banalização da extrema direita se somou a problemas internos da União Europeia, como a crise migratória, o aumento da inflação, a desconfiança dos cidadãos na instituições europeias e dos partidos tradicionais. Líderes ultranacionalistas souberam se apropriar do descontentamento do eleitorado e se apresentar como a única solução.

Na prática, a guinada da extrema direita nas eleições europeias também deve alterar o equilíbrio de poder no bloco, reforçando a política de imigração e interferindo na agenda climática, levando em consideração o ceticismo climático dos partidos e dos líderes da extrema direita da Europa.

A monopolização do cenário político pela extrema direita, aliás, resultou na escassez debate sobre assuntos essenciais no bloco, como a questão ambiental. Em momento de emergência climática, as propostas “verdes” foram as grandes ausentes desta campanha das eleições europeias.

Não por acaso, a candidata ecologista Marie Toussaint, que lidera o grupo dos Verdes na França, pode não obter os 5% de votos necessários para ter representação no Parlamento Europeu.

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Daniella Franco, da RFI

A Holanda abriu ontem o fim de semana de votação na Europa e nesta sexta-feira (7) foi a vez da Irlanda e da República Tcheca. No sábado (8), votam os eleitores da Letônia, de Malta e da Eslováquia. No domingo (9), 20 Estados-membros da União Europeia vão às urnas, entre eles, a França.

Sob a liderança de Jordan Bardella, presidente do partido Reunião Nacional, a extrema direita francesa já comemora antecipadamente sua vitória. A dois dias da população francesa ir às urnas, a legenda segue imbatível nas pesquisas de intenção de voto. Uma sondagem divulgada nesta sexta-feira (7) pelo Instituto OpinionWay mostra que o líder ultranacionalista tem 33% das intenções de voto.

Se o resultado confirmar no domingo (9), a extrema direita francesa deve obter um resultado inédito nessas eleições europeias, conseguindo mais do que o dobro dos votos do partido do governo, o centrista Renascimento. Liderado pela candidata Valérie Hayer, a legenda de Macron tem cerca de 15% de intenções de voto. Logo depois chega o Partido Socialista, encabeçado pelo candidato Raphael Glucksmann, com cerca de 13% das intenções de voto.

Guinada da extrema direita na UE

O sucesso da extrema direita entre o eleitorado europeu se espalha pelo bloco. Pela primeira vez na história, a corrente vai se tornar a terceira força no Parlamento Europeu.

As primeiras apurações na Holanda mostram que, como esperado, o Partido da Liberdade (PVV), do líder populista holandês Geert Wilders, protagoniza um importante avanço, e deve obter 7 das 31 cadeiras da Holanda no Parlamento Europeu. Nas últimas eleições europeias, em 2019, o PVV conseguiu apenas um lugar.

Por enquanto, é a centro-esquerda que lidera a contagem de votos na Holanda, por meio da aliança entre os ecologistas e os trabalhistas. A coligação deve enviar 8 deputados ao Parlamento Europeu – um a menos do que há cinco anos.

O país da UE com o discurso ultranacionalista mais acirrado hoje é a Hungria, liderada pelo primeiro-ministro Viktor Orban. A previsão é que seu partido, o Fidesz, obtenha 48% dos votos no domingo, depois de uma campanha anti-europeia e cravejada de fake news. Uma das principais falsas notícias propagadas pela legenda nas últimas semanas é que a União Europeia estaria planejando colocar em prática um serviço militar obrigatório para enviar cidadãos europeus para lutar na Ucrânia contra a Rússia.

A Itália também é outro dos vários países europeus mergulhados no discurso da extrema direita. O partido Irmãos da Itália, da premiê Giorgia Meloni, lidera as pesquisas de intenção de voto das eleições europeias, com 27% da preferência.

Já a Polônia, que foi palco de uma guinada pró-Europa, nas eleições legislativas do ano passado, corre o risco de uma marcha à ré. O partido centrista Coalizão Cívica, do premiê Donald Tusk, tem a mesma quantidade de intenções de voto do ultraconservador Lei e Justiça (PiS), ambos com cerca de 30%.

Em outros países a extrema direita não lidera a corrida eleitoral, mas registra uma expectativa de um crescimento expressivo na votação. É o caso da Alemanha, onde o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) deve obter seu melhor resultado nas eleições europeias, com uma previsão de convencer 16% do eleitorado.

Em Portugal, o discurso anti-imigração se reforça com o crescimento do partido de extrema direita Chega. A legenda é hoje a terceira força política do país e tem 12% das intenções de voto nessas eleições europeias.

Normalização da extrema direita

Para muitos especialistas em extrema direita, o renascimento da extrema direita se deve principalmente à abertura que foi sendo concedida ao longo dos anos aos políticos e partidos de ultradireita. Segundo Nathalie Brack, professora de Ciência Política na Universidade Livre de Bruxelas, o cenário reflete “a normalização” dos ultranacionalistas.

“As ideias da extrema direita estão cada vez mais na agenda, e as cooperações com certas forças da direita radical se tornam quase normais, por meio de coligações”, observa.

A banalização da extrema direita se somou a problemas internos da União Europeia, como a crise migratória, o aumento da inflação, a desconfiança dos cidadãos na instituições europeias e dos partidos tradicionais. Líderes ultranacionalistas souberam se apropriar do descontentamento do eleitorado e se apresentar como a única solução.

Na prática, a guinada da extrema direita nas eleições europeias também deve alterar o equilíbrio de poder no bloco, reforçando a política de imigração e interferindo na agenda climática, levando em consideração o ceticismo climático dos partidos e dos líderes da extrema direita da Europa.

A monopolização do cenário político pela extrema direita, aliás, resultou na escassez debate sobre assuntos essenciais no bloco, como a questão ambiental. Em momento de emergência climática, as propostas “verdes” foram as grandes ausentes desta campanha das eleições europeias.

Não por acaso, a candidata ecologista Marie Toussaint, que lidera o grupo dos Verdes na França, pode não obter os 5% de votos necessários para ter representação no Parlamento Europeu.

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