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Madalena Trabuco publicou novos singles "Senhora Lua" e "Pura Energia"

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A cantora luso-francesa Madalena Trabuco publicou recentemente dois singles; "Senhora Lua" e "Pura Energia" nas plataformas de streaming. Os dois títulos marcam uma nova etapa da carreira de Madalena Trabuco que se adaptou às mudanças da indústria da música, lembrando que sua aposta é estrear as músicas quando quiser. "Sou produtora das minhas músicas e interessa-me estar directamente ao contacto com o público", defende.

RFI: Publicou em Fevereiro o single "Senhora Lua" nas plataformas de streaming. Como foi escrever e gravar este single?

Este single é uma canção de amor. Numa noite de reflexão profunda, onde não tinha respostas certas em relação a uma paixão amorosa e pedi à senhora a lua e às estrelas para me ajudar, virei-me para o céu para ter um conselho divino.

No ano passado gravou no Studio K novas canções, entre elas "Senhora Lua". Parte das suas experiências para escrever?

Não escrevo sempre da mesma forma, mas para este projecto tive a oportunidade de escrever com pormenores o que queria na minha música. Queria uma onda mais pop, com electro, com uma música também que chama a atenção sobre o Brasil, com ritmos de vez em quando reggae. Foi essa mistura que foi criada pelo Lionel Achenza , um compositor do sul da França. Depois eu escrevi as letras deste EP. Foram seis músicas e cada uma delas vão estrear a cada mês.

Fala das sonoridades do pop, do electro e do estilo do Brasil. Essa sonoridade do Brasil também se sente ouve no seu sotaque. É propositado?

Sim, porque eu gosto muito da música brasileira. Escuto muitas coisas diferentes, mas gosto muito da música brasileira. Para mim foi uma influência directa. Para mim era importante também fazer essa ponte entre França, Portugal e Brasil.

Quais é que são as suas influências.

Para o Brasil? Vou dizer que é a Maria Bethânia, o Lenine que eu adoro, mas também música reggae do Brasil, como Natiruts ou Cidade Negra que eu gosto muito.

Qual é o método que usa para escrever e qual é que é o tempo de gestão das suas músicas?

Depende, vai ser muito diferente para cada projecto, mais ou menos um dia ou dois para escrever a letra. Depois temos a elaboração em colaboração com compositores e esse é um aspecto mais mais longo. Depois vamos trabalhar também no estúdio e essa parte pode ser também um, dois dias de gravação de voz e depois de trabalho de mixagem. Portanto, vamos dizer que para este álbum foi uma reflexão de um ano entre o momento em que eu escrevi, o momento onde eu entrei em estúdio [para gravar] e o momento onde eu estou aqui a falar contigo.

Faz música há mais de 20 anos. De onde é que surgiu este desejo de música?

Acho que tem a ver com a minha mãe que cantava muito em casa. Tinha sempre muita música, o António Variações e havia também música francesa do Joe Dassin. Os clássicos franceses e também a nossa Linda de Suza que passava muito na rádio nessa altura.

Aqui em França?

Sim porque eu nasci em França, sou de origem portuguesa porque os meus pais são portugueses, mas eu nasci aqui e cheguei a viver no Porto três anos, na altura de 2000 a 2003.

Como é que olha para o seu percurso?

Muito cativante com subidas e com descidas. Como se fosse um percurso num monte, mas vejo [o meu percurso] com muita gratidão tudo o que eu vivi, todas as experiências que eu tive e várias e ricas, passando pelas bandas de reggae que eu tive quando eu era muito mais nova no sul da França, mas também no Porto, estive numa banda que se chamava Sativa e eu era vocalista desta banda. Não havia muitos franco-portugueses a fazer reggae. Nessa altura era muito mais rock e era uma época muito mais nesse estilo de música. Foi um momento muito forte para mim começar a música com o Sativa.

Uma proposta alternativa na altura?

Exactamente. Mais tarde, de volta a França, tive a oportunidade de trabalhar com outros músicos. Criei "Iluminada Sabedoria", que é o primeiro primeiro EP que escrevi também numa vertente mais reggae e mais tarde tive a oportunidade de viver em Paris, escrevi "L'invitation au voyage", que é um outro álbum que me levou a trabalhar com o Warner Music em França, e tive dois temas fortes e bem divulgados na altura nas rádios.

Os encontros fizeram com que eu tivesse a oportunidade de fazer o Festival da Canção em 2014 e tive a oportunidade de cantar para esta grande emissão. Foi também um momento de gratidão para mim de viver isso. Mais tarde tive a oportunidade de encontrar um outro músico entre Paris e Marselha no comboio. Esse músico é o criador das guitarras de Tiquetaque dessa música muito conhecida: "Bate forte o tambor" e é a parte da guitarrada era ele que tocava na altura.

O contacto foi muito bom, a comunicação foi muito boa e portanto começámos a criar música juntos também e nessa altura estreou "Le Bateau des rêves" com outras sonoridades. Desse encontro com ele, tive a oportunidade de ir para Manaus e cantar com o Orquestra Filarmónica, no Teatro Amazonas. Encontros que nos levam muito longe e que me levou a viver coisas muito bonitas, coisas lindas, como dizia a Sara Tavares.

O segundo single que lançou recentemente chama-se "Pura Energia". Depois do EP "Iluminada Sabedoria", "L'invitation au Voyage" em 2012, "Transição" em 2015, muitas colaborações. Está a preparar o próximo disco. Esta é uma nova etapa?

É uma nova etapa. Comecei este ano no 2 de Fevereiro com uma música que ouvimos no início da entrevista, que é "Senhora Lua". Este tema que ouvimos agora, "Pura energia", estreou o 20 de Março, como disse um bocado e também regressar à língua portuguesa.

Vindo a cantar muito em francês.

Canto também em francês e escolhi a língua portuguesa exclusivamente para estas seis músicas. "Pura a energia" tem a ver com a energia pura, a energia que temos em nós, que é para mim a energia do amor, essa energia que vai unir, que vai fazer com que as pessoas fiquem juntas e fujam do medo. Muitas vezes, infelizmente, nós ficamos sempre com medo em relação à actualidade. Tivemos essa guerra com o coronavírus. Para mim, unir-se é pensar que podemos estar juntos, em vez de nos separar e criar uma distância entre populações e entre as pessoas.

Os seus dois singles estão disponíveis em streaming. O streaming mudou a forma como a indústria audiovisual se organiza para o bem, mas também para o mal. A abertura de novos canais de transmissão e divulgação da música surgiu como um mercado de produção alternativo, iniciou. Começou a sua carreira há mais de 20 anos, em 1998, acompanhou toda esta transformação da indústria musical. Quais é que são as vantagens e desvantagens neste novo meio que é sua aposta neste momento?

Nós somos obrigados, como músicos, de nos adaptar do que está a acontecer hoje em dia. Não temos o controlo realmente nesse movimento de música, de indústria musical. A minha aposta é estrear as músicas como eu quero. Eu sou produtora hoje das minhas músicas, estar directamente em contacto com o público e também com os médias para mim é muito importante. Acho que o que estamos a viver agora é extraordinário porque da possibilidade de independência e liberdade. Mas, paradoxalmente, temos 70.000 músicas que saem todos os dias. Uma música minha ou a música de qualquer outra cantora ou outro cantor é muito difícil de se destacar.

Há muita concorrência?

Muita.

Hoje é preciso um simples toque no telefone para ouvir todas as músicas que quisermos por pouco mais de 10 euros, que é a mensalidade destas aplicações. As plataformas representam hoje 80% do consumo de música, geram 65% das receitas da indústria de música. Há cada vez menos pessoas a comprarem discos. Do que é que vivem os músicos? É suficiente estar nas plataformas? Existe um equilíbrio de receitas entre difusores, produtores, músicos?

A difusão não leva a ganhar dinheiro para o artista, realmente não. O Snoop Dogg, que é um grande cantor americano que toda a gente, mais ou menos toda a gente conhece, anunciou há poucos dias atrás. 'Eu já tenho não sei quantos milhares de streaming, só recebi 10.000 $'. Em relação ao dinheiro, é muito pouco, não é? E as vistas que nós temos nas plataformas. Hoje em dia para se viver e se viver bem e ir ao contacto do público no palco.

Dar concertos?

Exactamente.

E qual é que é o lugar da mulher nesta indústria da música?

É uma indústria muito masculina ainda e acho que tem cada vez mais mulheres que se destacam, mas não é assim tão fácil.

Continua a ser mais difícil do que para músicos homens?

Eu sempre caminhei na música desde os meus 16 anos, tenho essa capacidade de me adaptar em relação à vida, em relação às épocas e também em relação aos músicos que eu encontro. Eu acho que tem muito a ver também com a capacidade de puxar para si as pessoas certas, Tudo é complicado hoje em dia, eu não acho que tenho uma profissão mais fácil do que uma outra. Também não é? E temos que insistir para guardar ou manter o nosso lugar como mulher e como mulher que tem qualquer coisa a dizer e tem mensagens para divulgar. Portanto, que seja na música ou num outro sistema ou outra profissão para mim não é sempre fácil, mas temos que ir para a frente.

"Via da Missão" vai ser publicada no próximo dia 25 de Abril. Que mensagem é esta?

Eu queria falar do nosso caminho de vida, onde vamos estar muito preocupados com tristeza ou dificuldades numas experiências de vida e não vamos entender o que estamos a viver nesse momento. Eu acho que a alma sabe muito bem, o que estamos a experimentar, o que estamos a viver e portanto, a nossa alma vai gostar do processo da experiência e vai gostar de viver isso tudo porque vamos sair mais, mais fortes, mesmo que seja difícil. Muitas vezes não temos essa capacidade de ver, mas é só depois de ter experimentado umas coisas difíceis ou bonitas que vamos conseguir ter uma outra visão da nossa vida.

Essa música "Via da missão" é a via de missão que nós temos todos. Eu fui apanhada pela música, mas poderia ter sido muitas outras coisas, pode ser a missão de ser uma boa mãe, um bom pai, um bom Presidente, um bom padeiro. Para mim, cada um temos uma missão e temos que ser conscientes de cada passo par ser cada vez melhor.

A música sai a 25 de Abril, porque?

Nós não estaríamos aqui se não tivesse havido esta história. Somos franco-portugueses a ter essa dupla nacionalidade. Todo esse movimento de imigração passou por um momento muito difícil, que nós não queríamos mais viver. Temos essa força de olhar o passado. Portanto, 25 de Abril, para mim tem tudo a ver com a via da missão, a nossa missão de aceitar os momentos, as experiências, quando elas estão presentes.

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A cantora luso-francesa Madalena Trabuco publicou recentemente dois singles; "Senhora Lua" e "Pura Energia" nas plataformas de streaming. Os dois títulos marcam uma nova etapa da carreira de Madalena Trabuco que se adaptou às mudanças da indústria da música, lembrando que sua aposta é estrear as músicas quando quiser. "Sou produtora das minhas músicas e interessa-me estar directamente ao contacto com o público", defende.

RFI: Publicou em Fevereiro o single "Senhora Lua" nas plataformas de streaming. Como foi escrever e gravar este single?

Este single é uma canção de amor. Numa noite de reflexão profunda, onde não tinha respostas certas em relação a uma paixão amorosa e pedi à senhora a lua e às estrelas para me ajudar, virei-me para o céu para ter um conselho divino.

No ano passado gravou no Studio K novas canções, entre elas "Senhora Lua". Parte das suas experiências para escrever?

Não escrevo sempre da mesma forma, mas para este projecto tive a oportunidade de escrever com pormenores o que queria na minha música. Queria uma onda mais pop, com electro, com uma música também que chama a atenção sobre o Brasil, com ritmos de vez em quando reggae. Foi essa mistura que foi criada pelo Lionel Achenza , um compositor do sul da França. Depois eu escrevi as letras deste EP. Foram seis músicas e cada uma delas vão estrear a cada mês.

Fala das sonoridades do pop, do electro e do estilo do Brasil. Essa sonoridade do Brasil também se sente ouve no seu sotaque. É propositado?

Sim, porque eu gosto muito da música brasileira. Escuto muitas coisas diferentes, mas gosto muito da música brasileira. Para mim foi uma influência directa. Para mim era importante também fazer essa ponte entre França, Portugal e Brasil.

Quais é que são as suas influências.

Para o Brasil? Vou dizer que é a Maria Bethânia, o Lenine que eu adoro, mas também música reggae do Brasil, como Natiruts ou Cidade Negra que eu gosto muito.

Qual é o método que usa para escrever e qual é que é o tempo de gestão das suas músicas?

Depende, vai ser muito diferente para cada projecto, mais ou menos um dia ou dois para escrever a letra. Depois temos a elaboração em colaboração com compositores e esse é um aspecto mais mais longo. Depois vamos trabalhar também no estúdio e essa parte pode ser também um, dois dias de gravação de voz e depois de trabalho de mixagem. Portanto, vamos dizer que para este álbum foi uma reflexão de um ano entre o momento em que eu escrevi, o momento onde eu entrei em estúdio [para gravar] e o momento onde eu estou aqui a falar contigo.

Faz música há mais de 20 anos. De onde é que surgiu este desejo de música?

Acho que tem a ver com a minha mãe que cantava muito em casa. Tinha sempre muita música, o António Variações e havia também música francesa do Joe Dassin. Os clássicos franceses e também a nossa Linda de Suza que passava muito na rádio nessa altura.

Aqui em França?

Sim porque eu nasci em França, sou de origem portuguesa porque os meus pais são portugueses, mas eu nasci aqui e cheguei a viver no Porto três anos, na altura de 2000 a 2003.

Como é que olha para o seu percurso?

Muito cativante com subidas e com descidas. Como se fosse um percurso num monte, mas vejo [o meu percurso] com muita gratidão tudo o que eu vivi, todas as experiências que eu tive e várias e ricas, passando pelas bandas de reggae que eu tive quando eu era muito mais nova no sul da França, mas também no Porto, estive numa banda que se chamava Sativa e eu era vocalista desta banda. Não havia muitos franco-portugueses a fazer reggae. Nessa altura era muito mais rock e era uma época muito mais nesse estilo de música. Foi um momento muito forte para mim começar a música com o Sativa.

Uma proposta alternativa na altura?

Exactamente. Mais tarde, de volta a França, tive a oportunidade de trabalhar com outros músicos. Criei "Iluminada Sabedoria", que é o primeiro primeiro EP que escrevi também numa vertente mais reggae e mais tarde tive a oportunidade de viver em Paris, escrevi "L'invitation au voyage", que é um outro álbum que me levou a trabalhar com o Warner Music em França, e tive dois temas fortes e bem divulgados na altura nas rádios.

Os encontros fizeram com que eu tivesse a oportunidade de fazer o Festival da Canção em 2014 e tive a oportunidade de cantar para esta grande emissão. Foi também um momento de gratidão para mim de viver isso. Mais tarde tive a oportunidade de encontrar um outro músico entre Paris e Marselha no comboio. Esse músico é o criador das guitarras de Tiquetaque dessa música muito conhecida: "Bate forte o tambor" e é a parte da guitarrada era ele que tocava na altura.

O contacto foi muito bom, a comunicação foi muito boa e portanto começámos a criar música juntos também e nessa altura estreou "Le Bateau des rêves" com outras sonoridades. Desse encontro com ele, tive a oportunidade de ir para Manaus e cantar com o Orquestra Filarmónica, no Teatro Amazonas. Encontros que nos levam muito longe e que me levou a viver coisas muito bonitas, coisas lindas, como dizia a Sara Tavares.

O segundo single que lançou recentemente chama-se "Pura Energia". Depois do EP "Iluminada Sabedoria", "L'invitation au Voyage" em 2012, "Transição" em 2015, muitas colaborações. Está a preparar o próximo disco. Esta é uma nova etapa?

É uma nova etapa. Comecei este ano no 2 de Fevereiro com uma música que ouvimos no início da entrevista, que é "Senhora Lua". Este tema que ouvimos agora, "Pura energia", estreou o 20 de Março, como disse um bocado e também regressar à língua portuguesa.

Vindo a cantar muito em francês.

Canto também em francês e escolhi a língua portuguesa exclusivamente para estas seis músicas. "Pura a energia" tem a ver com a energia pura, a energia que temos em nós, que é para mim a energia do amor, essa energia que vai unir, que vai fazer com que as pessoas fiquem juntas e fujam do medo. Muitas vezes, infelizmente, nós ficamos sempre com medo em relação à actualidade. Tivemos essa guerra com o coronavírus. Para mim, unir-se é pensar que podemos estar juntos, em vez de nos separar e criar uma distância entre populações e entre as pessoas.

Os seus dois singles estão disponíveis em streaming. O streaming mudou a forma como a indústria audiovisual se organiza para o bem, mas também para o mal. A abertura de novos canais de transmissão e divulgação da música surgiu como um mercado de produção alternativo, iniciou. Começou a sua carreira há mais de 20 anos, em 1998, acompanhou toda esta transformação da indústria musical. Quais é que são as vantagens e desvantagens neste novo meio que é sua aposta neste momento?

Nós somos obrigados, como músicos, de nos adaptar do que está a acontecer hoje em dia. Não temos o controlo realmente nesse movimento de música, de indústria musical. A minha aposta é estrear as músicas como eu quero. Eu sou produtora hoje das minhas músicas, estar directamente em contacto com o público e também com os médias para mim é muito importante. Acho que o que estamos a viver agora é extraordinário porque da possibilidade de independência e liberdade. Mas, paradoxalmente, temos 70.000 músicas que saem todos os dias. Uma música minha ou a música de qualquer outra cantora ou outro cantor é muito difícil de se destacar.

Há muita concorrência?

Muita.

Hoje é preciso um simples toque no telefone para ouvir todas as músicas que quisermos por pouco mais de 10 euros, que é a mensalidade destas aplicações. As plataformas representam hoje 80% do consumo de música, geram 65% das receitas da indústria de música. Há cada vez menos pessoas a comprarem discos. Do que é que vivem os músicos? É suficiente estar nas plataformas? Existe um equilíbrio de receitas entre difusores, produtores, músicos?

A difusão não leva a ganhar dinheiro para o artista, realmente não. O Snoop Dogg, que é um grande cantor americano que toda a gente, mais ou menos toda a gente conhece, anunciou há poucos dias atrás. 'Eu já tenho não sei quantos milhares de streaming, só recebi 10.000 $'. Em relação ao dinheiro, é muito pouco, não é? E as vistas que nós temos nas plataformas. Hoje em dia para se viver e se viver bem e ir ao contacto do público no palco.

Dar concertos?

Exactamente.

E qual é que é o lugar da mulher nesta indústria da música?

É uma indústria muito masculina ainda e acho que tem cada vez mais mulheres que se destacam, mas não é assim tão fácil.

Continua a ser mais difícil do que para músicos homens?

Eu sempre caminhei na música desde os meus 16 anos, tenho essa capacidade de me adaptar em relação à vida, em relação às épocas e também em relação aos músicos que eu encontro. Eu acho que tem muito a ver também com a capacidade de puxar para si as pessoas certas, Tudo é complicado hoje em dia, eu não acho que tenho uma profissão mais fácil do que uma outra. Também não é? E temos que insistir para guardar ou manter o nosso lugar como mulher e como mulher que tem qualquer coisa a dizer e tem mensagens para divulgar. Portanto, que seja na música ou num outro sistema ou outra profissão para mim não é sempre fácil, mas temos que ir para a frente.

"Via da Missão" vai ser publicada no próximo dia 25 de Abril. Que mensagem é esta?

Eu queria falar do nosso caminho de vida, onde vamos estar muito preocupados com tristeza ou dificuldades numas experiências de vida e não vamos entender o que estamos a viver nesse momento. Eu acho que a alma sabe muito bem, o que estamos a experimentar, o que estamos a viver e portanto, a nossa alma vai gostar do processo da experiência e vai gostar de viver isso tudo porque vamos sair mais, mais fortes, mesmo que seja difícil. Muitas vezes não temos essa capacidade de ver, mas é só depois de ter experimentado umas coisas difíceis ou bonitas que vamos conseguir ter uma outra visão da nossa vida.

Essa música "Via da missão" é a via de missão que nós temos todos. Eu fui apanhada pela música, mas poderia ter sido muitas outras coisas, pode ser a missão de ser uma boa mãe, um bom pai, um bom Presidente, um bom padeiro. Para mim, cada um temos uma missão e temos que ser conscientes de cada passo par ser cada vez melhor.

A música sai a 25 de Abril, porque?

Nós não estaríamos aqui se não tivesse havido esta história. Somos franco-portugueses a ter essa dupla nacionalidade. Todo esse movimento de imigração passou por um momento muito difícil, que nós não queríamos mais viver. Temos essa força de olhar o passado. Portanto, 25 de Abril, para mim tem tudo a ver com a via da missão, a nossa missão de aceitar os momentos, as experiências, quando elas estão presentes.

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