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238 - Culpem o desmatamento - entrevista com Antonio Nobre
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A relação de cinquenta anos contínuos de desmatamento no Brasil com os eventos climáticos extremos é uma narrativa que o pesquisador e cientista Antonio Nobre nos traz neste episódio especial.
Além de uma explicação bem didática de como os rios voadores e o impacto no seu fluxo alteram e criam bolhas climáticas no país, o pesquisador alerta para a criação de desertos onde antes existia floresta.
Mas principalmente este é um episodio para compreender o poder de resfriamento e regulação climática da floresta em pé. E de alerta para conservar o que ainda resta. O Vozes do Planeta tema a honra de mais uma vez ecoar a voz deste importante cientista
“Quando tínhamos um sistema funcionando como estava funcionando anteriormente, porque tínhamos um berço esplêndido no Brasil, existiam os rios voadores fluindo da Amazônia e chegando no centro-oeste do país, no Pantanal, no sudeste, no sul do Brasil, e no norte da Argentina de uma maneira distribuída. E existiam as frentes frias subindo do sul do continente, um processo bem conhecido, encontrando essas massas de ar úmido e ajudando a formar as nuvens e a condensação e a chuva. Só que isso distribuído ao longo de todas essas regiões. Então tinha precipitação benigna saudável. Com o advento do desmatamento associado às mudanças climáticas, associado ao aquecimento dos oceanos, associado a uma alteração de escala planetária que faz com que ocorra uma mudança da circulação em relação aos oceanos e aos continentes, tem um ar seco que desce em cima da Terra e ele é o que mantém essa bolha de ar quente presa. As ondas de calor no Brasil são aprisionadas por esse movimento descendente e que é tem conexão com aquecimento dos oceanos e aquecimento planetário.”
“A floresta amazônica nesse período de 50 milhões de anos enfrentou todo tipo de cataclismo. Ela tem uma capacidade natural intrínseca, como a Mata Atlântica tinha, como as todos os ecossistemas nativos tinham, de lidar com as mudanças climáticas de uma maneira que não fosse catastrófica. Agora a floresta amazônica não sabe lidar com motosserra, com o correntão, com tratores de 40 toneladas cada um arrastando e destruindo 20 hectares de floresta por hora. Ela não sabe lidar com isso.”
#VozesdoPlaneta #Amazonia #criseclimatica #AntonioNobre
250 episódios
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A relação de cinquenta anos contínuos de desmatamento no Brasil com os eventos climáticos extremos é uma narrativa que o pesquisador e cientista Antonio Nobre nos traz neste episódio especial.
Além de uma explicação bem didática de como os rios voadores e o impacto no seu fluxo alteram e criam bolhas climáticas no país, o pesquisador alerta para a criação de desertos onde antes existia floresta.
Mas principalmente este é um episodio para compreender o poder de resfriamento e regulação climática da floresta em pé. E de alerta para conservar o que ainda resta. O Vozes do Planeta tema a honra de mais uma vez ecoar a voz deste importante cientista
“Quando tínhamos um sistema funcionando como estava funcionando anteriormente, porque tínhamos um berço esplêndido no Brasil, existiam os rios voadores fluindo da Amazônia e chegando no centro-oeste do país, no Pantanal, no sudeste, no sul do Brasil, e no norte da Argentina de uma maneira distribuída. E existiam as frentes frias subindo do sul do continente, um processo bem conhecido, encontrando essas massas de ar úmido e ajudando a formar as nuvens e a condensação e a chuva. Só que isso distribuído ao longo de todas essas regiões. Então tinha precipitação benigna saudável. Com o advento do desmatamento associado às mudanças climáticas, associado ao aquecimento dos oceanos, associado a uma alteração de escala planetária que faz com que ocorra uma mudança da circulação em relação aos oceanos e aos continentes, tem um ar seco que desce em cima da Terra e ele é o que mantém essa bolha de ar quente presa. As ondas de calor no Brasil são aprisionadas por esse movimento descendente e que é tem conexão com aquecimento dos oceanos e aquecimento planetário.”
“A floresta amazônica nesse período de 50 milhões de anos enfrentou todo tipo de cataclismo. Ela tem uma capacidade natural intrínseca, como a Mata Atlântica tinha, como as todos os ecossistemas nativos tinham, de lidar com as mudanças climáticas de uma maneira que não fosse catastrófica. Agora a floresta amazônica não sabe lidar com motosserra, com o correntão, com tratores de 40 toneladas cada um arrastando e destruindo 20 hectares de floresta por hora. Ela não sabe lidar com isso.”
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