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Mayra Andrade de regresso a Paris com "Reencanto" na bagagem

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"Reencanto" é um espectáculo de Mayra Andrade, onde a cantora cabo-verdiana divide o palco apenas com seu guitarrista Djodje Almeida, em torno de músicas que ela compôs ao longo dos cinco álbuns que já tem no activo. Ela passou a 23 de Março pelo Festival Chorus, em Boulogne Billancourt, no recinto de "La Seine Musicale", muito perto de Paris. A oportunidade para voltar a uma cidade onde viveu ao longo de 14 anos, agora, após a sua primeira experiência da maternidade.

Mayra Andrade está baseada há oito anos em Portugal, após uma infância passada entre Cabo Verde, mas também Senegal, Angola e Alemanha.

Aos 17 anos veio para França estudar canto e resididu em Paris ao longo de 14 anos.

Temas de sobra para conversarmos com Mayra Andrade, que, embora nascida na Havana, muito tem cantado Cabo Verde mundo fora.

Estive aqui há menos de dez anos, também já a promover o "Manga", que foi o meu último disco de estúdio. Fizemos um concerto no palco lá fora, portanto, mais uma vez, voltar a esta casa é um prazer muito grande para já. Sempre cantar em Paris, que é uma cidade que foi casa para mim durante 14 anos. E este projecto é muito especial, porque eu apresento me ao meu público de uma forma extremamente despida e extremamente íntima para apresentar-lhes estas canções que são todas da minha autoria ou que eu escrevi sozinha e compus, ou em parceria com alguém. Mas são todas canções que nasceram de mim e que, no fundo, ao longo dos anos, vêm contando a minha história, histórias que me tocaram.

E acho que é muito diferente as pessoas ouvirem um disco com os arranjos e verem num palco com banda e de repente dizer "Ok, mas há canções que eu ouço há 20 anos ! Mas o que é que é esta canção?" Portanto, este espectáculo oferece um pouco a génese, a essência de cada música, da forma como elas nasceram, que é eu e o meu violão. Acompanha-me um exímio guitarrista que se chama Jorge Almeida, que é meu conterrâneo e que é um músico incrível e que a cada espetáculo cresce cada vez mais. Portanto, estou muito, muito feliz de continuar a partilhar o palco com ele.

Eu vi alguns dos concertos na fase em que você estava grávida e de repente foi mãe. Todos nós sabemos e nos lembramos, por exemplo, do que tinha escrito para a sua mãe e a relação filial que tem com ela. Imagino que esta maternidade possa também trazer aí muita inspiração pela frente. Se calhar para um sexto álbum ?

Acho que você acredita e acredita bem. Não posso dizer que já se tenha traduzido numa música ou em várias, mas já se traduz às vezes em momentos de inspiração, em que eu pego no meu telefone e gravo uma melodia em que falo da minha filha. Eu fico sempre muito emocionada em dizer minha filha, porque eu fui mãe aos 38 anos. Sonhei com ela durante muitos anos e o que eu posso dizer é que eu ainda estou no olho do furacão !

A maternidade é uma experiência completamente revolucionária, uma experiência que deixa... tudo se movimenta, tudo muda de lugar. Eu acho que é talvez a maior transformação que um ser humano viva. E muitas vezes é uma transformação silenciosa. As pessoas não se dão conta, ou seja, há aquela parte mais superficial, mais fácil de se observar. Mas só quem é muito atento, muito sensível e muito aberto à empatia é que percebe o que uma mulher vive quando se torna mãe e o que é aprender a ser mãe e como é que isto movimenta as nossas crenças, os nossos medos.

Quando digo que eu estou no olho do furacão é que eu ainda estou a tentar, digamos, estar de pé. é um tsunami. É um , é um tsunami diário que acontece: ser uma mulher que está na estrada e que cria e que trabalha, não é ? Lidando com tudo isto: vivo longe da minha família também. E dizem "It takes a village to raise a child" [É precisa uma aldeia para criar uma criança]. E eu realmente hoje percebo muito bem isso e pronto. E tento recriar lá onde eu vivo, uma aldeia de amigos, de pessoas que me possam criar esta rede de apoio e de amor à minha volta e à volta da minha filha.

O Manga foi bastante diferente dos discos anteriores, mais afrobeat. Marcou de alguma forma uma transição, uma ruptura. Em relação a este espectáculo que você tinha composto tanto em francês e também cantado algumas músicas em francês, pelo menos no passado. Se calhar vai privilegiar também alguns temas francófonos ?

Eu escrevi algumas músicas em francês, mas músicas editadas foram uma. As outras foram escritas para mim e esta é a particularidade deste espectáculo. Há canções que você se calhar pensa que vai ouvir, mas não vai ouvir porque não é minha. E há canções minhas que também não estão, porque senão o espectáculo seria demasiadamente longo.

Um público francófono tem tendência a pedir-lhe "Comme s'il en pleuvait" sistematicamente ?

Sistematicamente, Não, talvez. Houve um tempo em que as pessoas estavam mais ligadas a essa música. Mas mesmo com músicas que não sejam em francês, eu acho que o público francófono também já criou uma relação e uma ligação com outras músicas, apesar de não serem em francês, nomeadamente do Manga, que é um disco, eu acho que veio juntar muita gente para o meu projecto.

Trabalhou com músicos da Costa do Marfim. Por exemplo, o Manga e precisamente o Afecto foram os principais singles que celebrizaram o álbum. O único que gravou na Maison de la radio foi o Studio 105 ?

Exactamente.

E esse continuará presente e estará presente aqui também ?

Por exemplo, "Céu" é uma música do Estúdio 105, que é minha, que eu fiz música e letra e que não está cá hoje. Está a ver? Há outras músicas que também não estão. Este projecto, o "Reencanto" tem de ser visto como um projecto intemporal, intemporal, que vai marcando, é tipo "milestones" que têm aqueles marcos, assim, dos meus discos, da minha carreira, mas que não tem amarras. É um projecto. O Reencanto poderá sempre se reinventar também. Porquê Reencanto ? É cantar, encantar-se e reencantar-se com canções que nós já conhecemos. Este repertório seguirá crescendo à medida que eu for compondo novas canções. Portanto, eu se calhar posso, daqui a dez anos, voltar a fazer o "Reencanto", mas terá outras canções que vão entrar. Algumas vão sair. Eu acho bonito é ter este projecto que seja assim um bocadinho fora da agenda dos discos, dos lançamentos convencionais, dos discos, não é?

É como dizer-te "Olha, passa lá em casa, vamos sentar na sala e eu vou cantar para ti. E tu não sabes o que eu vou cantar, mas vais estar presente porque de alguma forma tens consciência de que aquilo é um momento especial. Então é isso. O reencantoo, por ser um festival [Chorus], é um concerto de apenas 1 hora. O concerto normal dura 1h45.

Em função da maternidade a que fizemos referência recentemente agora dá por si a ouvir também músicas que raramente ouvia ? Que universos mais infantis, se calhar que porventura não tinha explorado até ao momento ?

Olhe, a minha filha tem um ano. Ela tem já uma sensibilidade para a música muito grande e que não me estranha, porque ela fez várias turnês, vários projectos diferentes na barriga. Eu ontem ofereci-lhe um brinquedo, que tem muitos botões e muitas luzes. E ela associa os botões e as luzes à música, porque ela tem vários brinquedos que fazem música. Ela pôs-se a chorar e rejeitou aquele brinquedo porque não saía música. Ela carregava no botão, dançava e olhava para mim como quem diz "Quando é que a música começa?" Não é?

Portanto, ela já tem uma sensibilidade muito grande para a música. Estou um bocadinho exposta ao universo da música infantil e tento trazer para ela., agora nem me lembro do nome do disco, mas há assim umas colectâneas de clássicos da música. Que seja da música mundial, músicas que marcaram certas décadas em versão para bebé ! E aquilo está, por exemplo, separado na versão para brincar e na versão para dormir. Então eu tento que mesmo no universo infantil, ela tenha acesso a boas músicas. Isso também permite-me não estar a ouvir "Baby Shark", pelo menos enquanto eu puder.

E agora eu sei que tinha vontade de fazer muitas colaborações. Já fez bastantes, não é? Vêm coisas aí já a germinar ? Eu gostaria de saber um pouco o olhar que tem sobre figuras como Elida Almeida, por exemplo, como a Floribella, que surgiu mais recentemente, embora tenha mais idade, não é? São figuras que você ouve, que já cruzou na sua vida?

Já. Já cruzei. Já estive exposta à música, aos clipes que elas vão lançando. Eu acho que Cabo Verde continuará a surpreender o mundo com vozes, muitas vozes femininas. E elas fazem parte dessa constelação e desejo a elas e às que virão depois e aos que virão também depois. Mulheres e homens continuem assim, a alimentar esta família musical cabo- verdiana, que no fundo é a maior bandeira de Cabo Verde em Cabo Verde, é conhecido essencialmente pela sua música. Cada artista cabo-verdiano que faz um bom trabalho e que consegue manter uma carreira ao longo dos anos e construir uma coisa consistente é motivo de orgulho para mim como artista. Mas como cabo-verdiana, também !

É um porto de abrigo ao qual volta, o qual pensa voltar também agora com a sua filha ?

Eu volto sempre para Cabo Verde. Vou para Cabo Verde e a família é casa. É o mar e o vento das ilhas. Eu vivi muito tempo fora, mas também vivi dentro. Nunca vivi um corte com Cabo Verde, portanto a Daio, que é o nome da minha filha. Já estive em Cabo Verde várias vezes, só tem um ano, mas já esteve duas vezes em Cabo Verde, portanto está a ver que é assim o nosso porto seguro.

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"Reencanto" é um espectáculo de Mayra Andrade, onde a cantora cabo-verdiana divide o palco apenas com seu guitarrista Djodje Almeida, em torno de músicas que ela compôs ao longo dos cinco álbuns que já tem no activo. Ela passou a 23 de Março pelo Festival Chorus, em Boulogne Billancourt, no recinto de "La Seine Musicale", muito perto de Paris. A oportunidade para voltar a uma cidade onde viveu ao longo de 14 anos, agora, após a sua primeira experiência da maternidade.

Mayra Andrade está baseada há oito anos em Portugal, após uma infância passada entre Cabo Verde, mas também Senegal, Angola e Alemanha.

Aos 17 anos veio para França estudar canto e resididu em Paris ao longo de 14 anos.

Temas de sobra para conversarmos com Mayra Andrade, que, embora nascida na Havana, muito tem cantado Cabo Verde mundo fora.

Estive aqui há menos de dez anos, também já a promover o "Manga", que foi o meu último disco de estúdio. Fizemos um concerto no palco lá fora, portanto, mais uma vez, voltar a esta casa é um prazer muito grande para já. Sempre cantar em Paris, que é uma cidade que foi casa para mim durante 14 anos. E este projecto é muito especial, porque eu apresento me ao meu público de uma forma extremamente despida e extremamente íntima para apresentar-lhes estas canções que são todas da minha autoria ou que eu escrevi sozinha e compus, ou em parceria com alguém. Mas são todas canções que nasceram de mim e que, no fundo, ao longo dos anos, vêm contando a minha história, histórias que me tocaram.

E acho que é muito diferente as pessoas ouvirem um disco com os arranjos e verem num palco com banda e de repente dizer "Ok, mas há canções que eu ouço há 20 anos ! Mas o que é que é esta canção?" Portanto, este espectáculo oferece um pouco a génese, a essência de cada música, da forma como elas nasceram, que é eu e o meu violão. Acompanha-me um exímio guitarrista que se chama Jorge Almeida, que é meu conterrâneo e que é um músico incrível e que a cada espetáculo cresce cada vez mais. Portanto, estou muito, muito feliz de continuar a partilhar o palco com ele.

Eu vi alguns dos concertos na fase em que você estava grávida e de repente foi mãe. Todos nós sabemos e nos lembramos, por exemplo, do que tinha escrito para a sua mãe e a relação filial que tem com ela. Imagino que esta maternidade possa também trazer aí muita inspiração pela frente. Se calhar para um sexto álbum ?

Acho que você acredita e acredita bem. Não posso dizer que já se tenha traduzido numa música ou em várias, mas já se traduz às vezes em momentos de inspiração, em que eu pego no meu telefone e gravo uma melodia em que falo da minha filha. Eu fico sempre muito emocionada em dizer minha filha, porque eu fui mãe aos 38 anos. Sonhei com ela durante muitos anos e o que eu posso dizer é que eu ainda estou no olho do furacão !

A maternidade é uma experiência completamente revolucionária, uma experiência que deixa... tudo se movimenta, tudo muda de lugar. Eu acho que é talvez a maior transformação que um ser humano viva. E muitas vezes é uma transformação silenciosa. As pessoas não se dão conta, ou seja, há aquela parte mais superficial, mais fácil de se observar. Mas só quem é muito atento, muito sensível e muito aberto à empatia é que percebe o que uma mulher vive quando se torna mãe e o que é aprender a ser mãe e como é que isto movimenta as nossas crenças, os nossos medos.

Quando digo que eu estou no olho do furacão é que eu ainda estou a tentar, digamos, estar de pé. é um tsunami. É um , é um tsunami diário que acontece: ser uma mulher que está na estrada e que cria e que trabalha, não é ? Lidando com tudo isto: vivo longe da minha família também. E dizem "It takes a village to raise a child" [É precisa uma aldeia para criar uma criança]. E eu realmente hoje percebo muito bem isso e pronto. E tento recriar lá onde eu vivo, uma aldeia de amigos, de pessoas que me possam criar esta rede de apoio e de amor à minha volta e à volta da minha filha.

O Manga foi bastante diferente dos discos anteriores, mais afrobeat. Marcou de alguma forma uma transição, uma ruptura. Em relação a este espectáculo que você tinha composto tanto em francês e também cantado algumas músicas em francês, pelo menos no passado. Se calhar vai privilegiar também alguns temas francófonos ?

Eu escrevi algumas músicas em francês, mas músicas editadas foram uma. As outras foram escritas para mim e esta é a particularidade deste espectáculo. Há canções que você se calhar pensa que vai ouvir, mas não vai ouvir porque não é minha. E há canções minhas que também não estão, porque senão o espectáculo seria demasiadamente longo.

Um público francófono tem tendência a pedir-lhe "Comme s'il en pleuvait" sistematicamente ?

Sistematicamente, Não, talvez. Houve um tempo em que as pessoas estavam mais ligadas a essa música. Mas mesmo com músicas que não sejam em francês, eu acho que o público francófono também já criou uma relação e uma ligação com outras músicas, apesar de não serem em francês, nomeadamente do Manga, que é um disco, eu acho que veio juntar muita gente para o meu projecto.

Trabalhou com músicos da Costa do Marfim. Por exemplo, o Manga e precisamente o Afecto foram os principais singles que celebrizaram o álbum. O único que gravou na Maison de la radio foi o Studio 105 ?

Exactamente.

E esse continuará presente e estará presente aqui também ?

Por exemplo, "Céu" é uma música do Estúdio 105, que é minha, que eu fiz música e letra e que não está cá hoje. Está a ver? Há outras músicas que também não estão. Este projecto, o "Reencanto" tem de ser visto como um projecto intemporal, intemporal, que vai marcando, é tipo "milestones" que têm aqueles marcos, assim, dos meus discos, da minha carreira, mas que não tem amarras. É um projecto. O Reencanto poderá sempre se reinventar também. Porquê Reencanto ? É cantar, encantar-se e reencantar-se com canções que nós já conhecemos. Este repertório seguirá crescendo à medida que eu for compondo novas canções. Portanto, eu se calhar posso, daqui a dez anos, voltar a fazer o "Reencanto", mas terá outras canções que vão entrar. Algumas vão sair. Eu acho bonito é ter este projecto que seja assim um bocadinho fora da agenda dos discos, dos lançamentos convencionais, dos discos, não é?

É como dizer-te "Olha, passa lá em casa, vamos sentar na sala e eu vou cantar para ti. E tu não sabes o que eu vou cantar, mas vais estar presente porque de alguma forma tens consciência de que aquilo é um momento especial. Então é isso. O reencantoo, por ser um festival [Chorus], é um concerto de apenas 1 hora. O concerto normal dura 1h45.

Em função da maternidade a que fizemos referência recentemente agora dá por si a ouvir também músicas que raramente ouvia ? Que universos mais infantis, se calhar que porventura não tinha explorado até ao momento ?

Olhe, a minha filha tem um ano. Ela tem já uma sensibilidade para a música muito grande e que não me estranha, porque ela fez várias turnês, vários projectos diferentes na barriga. Eu ontem ofereci-lhe um brinquedo, que tem muitos botões e muitas luzes. E ela associa os botões e as luzes à música, porque ela tem vários brinquedos que fazem música. Ela pôs-se a chorar e rejeitou aquele brinquedo porque não saía música. Ela carregava no botão, dançava e olhava para mim como quem diz "Quando é que a música começa?" Não é?

Portanto, ela já tem uma sensibilidade muito grande para a música. Estou um bocadinho exposta ao universo da música infantil e tento trazer para ela., agora nem me lembro do nome do disco, mas há assim umas colectâneas de clássicos da música. Que seja da música mundial, músicas que marcaram certas décadas em versão para bebé ! E aquilo está, por exemplo, separado na versão para brincar e na versão para dormir. Então eu tento que mesmo no universo infantil, ela tenha acesso a boas músicas. Isso também permite-me não estar a ouvir "Baby Shark", pelo menos enquanto eu puder.

E agora eu sei que tinha vontade de fazer muitas colaborações. Já fez bastantes, não é? Vêm coisas aí já a germinar ? Eu gostaria de saber um pouco o olhar que tem sobre figuras como Elida Almeida, por exemplo, como a Floribella, que surgiu mais recentemente, embora tenha mais idade, não é? São figuras que você ouve, que já cruzou na sua vida?

Já. Já cruzei. Já estive exposta à música, aos clipes que elas vão lançando. Eu acho que Cabo Verde continuará a surpreender o mundo com vozes, muitas vozes femininas. E elas fazem parte dessa constelação e desejo a elas e às que virão depois e aos que virão também depois. Mulheres e homens continuem assim, a alimentar esta família musical cabo- verdiana, que no fundo é a maior bandeira de Cabo Verde em Cabo Verde, é conhecido essencialmente pela sua música. Cada artista cabo-verdiano que faz um bom trabalho e que consegue manter uma carreira ao longo dos anos e construir uma coisa consistente é motivo de orgulho para mim como artista. Mas como cabo-verdiana, também !

É um porto de abrigo ao qual volta, o qual pensa voltar também agora com a sua filha ?

Eu volto sempre para Cabo Verde. Vou para Cabo Verde e a família é casa. É o mar e o vento das ilhas. Eu vivi muito tempo fora, mas também vivi dentro. Nunca vivi um corte com Cabo Verde, portanto a Daio, que é o nome da minha filha. Já estive em Cabo Verde várias vezes, só tem um ano, mas já esteve duas vezes em Cabo Verde, portanto está a ver que é assim o nosso porto seguro.

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