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Episode 283: CAT_ DIA MUNDIAL DA TUBERCULOSE, por Alexandre Milagres

9:42
 
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CAT_ DIA MUNDIAL DA TUBERCULOSE, por Alexandre Milagres
O Centro de Apoio ao Tabagista - CAT esteve presente na Audiência Pública da Câmara de Vereadores da Cidade do Rio de Janeiro, organizada pelo médico e vereador Paulo Pinheiro, presidente da Frente Parlamentar da Tuberculose, alusiva ao Dia Mundial da Tuberculose 2023, o 24 de março.
A tuberculose, para além de uma doença infectocontagiosa e ser a que mais mata dentre todas as doenças infecciosas, é envolta por vários determinantes sociais e sanitários, o que faz com que o seu controle seja extremamente difícil.

Malgrado conhecermos o seu agente causador _ a Mycobacterium tuberculosis, há 141 anos, malgrado termos no Brasil as medicações necessárias, e que ofertadas gratuitamente pelo sistema único de saúde - SUS, os nossos indicadores estão piorando:
* 78 mil casos diagnosticados em 2021

* 5 mil óbitos no mesmo ano

Para além do tratamento medicamentoso, é preciso enfrentar a desigualdade social; a comunicação insuficiente sobre a doença; os baixos salários da maioria dos trabalhadores brasileiros, mesmo os que têm empregos formais; as péssimas condições de moradia da população _ pouco ensolaradas e ventiladas, com poucos cômodos e muitos hospedados; o aumento assombroso do número de pessoas em (sobre)vivência de rua; a precariedade do ensino público; a insegurança alimentar e a alimentação não saudável; o uso abusivo de bebidas alcoólicas; o número colossal de pessoas sob privação de liberdade, jogadas em ambientes prisionais totalmente insalúbres; o consumo elevado de substâncias psicoativas de toda sorte; a existência ainda de mais de 20 milhões de fumantes no país _ que aumenta a infecção latente pela micobactéria da TB, assim como o risco desta latência se transformar em doença; a epidemia associada de obesidade e diabetes; a desassistência sanitária de parte substancial da população indígena, etc, etc, etc.
Some-se a isto, o fato de que hoje, agora, a OMS estima que haja mais de 10 milhões de casos de TB no mundo, mas com 40% destes não diagnosticados e, portanto, não estando sob qualquer regime de tratamento.

Por outro lado, no extremo oposto, é visível a dificuldade de tratar-se pacientes de TB em estado emergencial, daí, parte da mortalidade inaceitável ser claramente devida ao fato de que a maior parte das unidades especializadas na tísica não possuem unidades de terapia intensiva, ficando, muitos dos pacientes com seus casos em filas, reféns dos sistemas de regulação de vagas de municípios e estados Brasil afora.
A erradicação da tuberculose só acorrerá quando uma vacina potente, e que proteja pela vida toda, existir, o que ainda não está visível na linha do horizonte. No entanto, mesmo para vislumbrar-se a eliminação da tuberculose no país, ou seja, reduzir a incidência da TB em 90%, quando hoje temos um coeficiente de incidência de 36 casos /100.000 pessoas, o que significaria termos o coeficiente de 10 / 100.000, até 2030, e a mortalidade em 95%, o que significaria morrerem pouco mais de 200 brasileiros por ano até 2030, quando hoje morrem 5 mil, precisaremos de um aporte tecnológico jamais ocorrido, uma sensibilização nunca dantes vista dos gestores sanitários, da academia, das lideranças e organizações da sociedade civil, entre outros atores, e em todo o país.
Áudio original da TV Rio Câmara, 24/03/2023.

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A tuberculose, para além de uma doença infectocontagiosa e ser a que mais mata dentre todas as doenças infecciosas, é envolta por vários determinantes sociais e sanitários, o que faz com que o seu controle seja extremamente difícil.

Malgrado conhecermos o seu agente causador _ a Mycobacterium tuberculosis, há 141 anos, malgrado termos no Brasil as medicações necessárias, e que ofertadas gratuitamente pelo sistema único de saúde - SUS, os nossos indicadores estão piorando:
* 78 mil casos diagnosticados em 2021

* 5 mil óbitos no mesmo ano

Para além do tratamento medicamentoso, é preciso enfrentar a desigualdade social; a comunicação insuficiente sobre a doença; os baixos salários da maioria dos trabalhadores brasileiros, mesmo os que têm empregos formais; as péssimas condições de moradia da população _ pouco ensolaradas e ventiladas, com poucos cômodos e muitos hospedados; o aumento assombroso do número de pessoas em (sobre)vivência de rua; a precariedade do ensino público; a insegurança alimentar e a alimentação não saudável; o uso abusivo de bebidas alcoólicas; o número colossal de pessoas sob privação de liberdade, jogadas em ambientes prisionais totalmente insalúbres; o consumo elevado de substâncias psicoativas de toda sorte; a existência ainda de mais de 20 milhões de fumantes no país _ que aumenta a infecção latente pela micobactéria da TB, assim como o risco desta latência se transformar em doença; a epidemia associada de obesidade e diabetes; a desassistência sanitária de parte substancial da população indígena, etc, etc, etc.
Some-se a isto, o fato de que hoje, agora, a OMS estima que haja mais de 10 milhões de casos de TB no mundo, mas com 40% destes não diagnosticados e, portanto, não estando sob qualquer regime de tratamento.

Por outro lado, no extremo oposto, é visível a dificuldade de tratar-se pacientes de TB em estado emergencial, daí, parte da mortalidade inaceitável ser claramente devida ao fato de que a maior parte das unidades especializadas na tísica não possuem unidades de terapia intensiva, ficando, muitos dos pacientes com seus casos em filas, reféns dos sistemas de regulação de vagas de municípios e estados Brasil afora.
A erradicação da tuberculose só acorrerá quando uma vacina potente, e que proteja pela vida toda, existir, o que ainda não está visível na linha do horizonte. No entanto, mesmo para vislumbrar-se a eliminação da tuberculose no país, ou seja, reduzir a incidência da TB em 90%, quando hoje temos um coeficiente de incidência de 36 casos /100.000 pessoas, o que significaria termos o coeficiente de 10 / 100.000, até 2030, e a mortalidade em 95%, o que significaria morrerem pouco mais de 200 brasileiros por ano até 2030, quando hoje morrem 5 mil, precisaremos de um aporte tecnológico jamais ocorrido, uma sensibilização nunca dantes vista dos gestores sanitários, da academia, das lideranças e organizações da sociedade civil, entre outros atores, e em todo o país.
Áudio original da TV Rio Câmara, 24/03/2023.

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