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Preço dos transportes, circulação difícil, engarrafamentos: parisienses temem viver “pesadelo olímpico” em 2024

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Os franceses começam a se dar conta do quanto suas vidas serão impactadas pela realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris, entre final de julho e começo de setembro de 2024. Nesta semana, os parisienses foram surpreendidos com o anúncio do aumento do preço dos transportes públicos e das operações de segurança que vão bloquear a circulação de veículos em vários setores da capital francesa durante as competições.

Daniella Franco, da RFI

O anúncio foi feito por Valérie Pécresse, presidente da região Île-de-France, área que engloba Paris e arredores. A líder do partido de direita “Sejamos Livres” também preside o organismo que gerencia os transportes públicos na grande região parisiense e chocou a opinião pública ao postar um vídeo nas redes sociais na segunda-feira (27) explicando o aumento nas tarifas dos metrôs, ônibus e bondes.

“Devido aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2024, vamos aumentar consideravelmente nossa rede de transportes. Não é possível que as moradoras e moradores de Paris paguem por isso”, diz Pécresse no vídeo.

Com reformas da ordem de € 4,2 bilhões na rede de transportes pesando no bolso do governo, a presidente da região parisiense alega não ter outra escolha a não ser aumentar as tarifas dos passes de metrô, trens, ônibus e bondes. No entanto, o acréscimo será aplicado aos turistas e visitantes no período dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

Durante os eventos, o bilhete unitário, que custa atualmente € 2,10 (R$ 11,24), passará a custar € 4 (R$ 21,40). Um novo plano semanal, o “Passe Paris 2024”, que dará acesso diário ilimitado aos transportes públicos durante sete dias, será vendido a € 70 (R$ 371,82). Atualmente, o passe semanal custa € 16 (R$ 85). O pacote de 10 bilhetes também será submetido a um aumento e passará de € 16,90 (R$ 90,42) a € 32 (R$ 171).

O anúncio de Pécresse suscitou uma enxurrada de críticas nas redes sociais. “Os parisienses já estão de saco cheio dos transportes. Logo será o resto do mundo”, escreveu a internauta Jennysis no X (ex-Twitter), em resposta à presidente da região Ile-de-France. “Exploremos turistas e visitantes para dar uma boa imagem da França para o mundo”, ironizou Shaolan, outro usuário da plataforma.

Parisienses serão poupados do aumento

As autoridades garantem que o aumento não afetará os moradores de Paris e arredores. Segundo a Île-de-France Mobilités, organismo que gerencia os transportes em comum na grande região parisiense, o passe mensal – o mais utilizado pela população da capital francesa – não será submetido a aumentos durante os jogos. No entanto, ele terá um acréscimo de € 2,30 em janeiro de 2024, passando dos atuais € 84,10 para € 86,40.

Já os bilhetes unitários e os passes semanais poderão ser adquiridos pelo preço atual, de € 2,10 e € 16, respectivamente, até antes do início dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Durante os eventos, o plano que dá direito à utilização ilimitada dos transportes públicos durante sete dias será substituído pelo “Passe Paris 2024”.

Do final de julho até o início de setembro de 2024, além dos bilhetes unitários, a € 4, que dão direito a um único trajeto, um passe diário com deslocamentos ilimitados dentro da grande região parisiense também será disponibilizado por € 16. Após o término das competições, os bilhetes e passes retornarão ao preço habitual.

Polêmico plano de segurança

Dois dias depois do anúncio de Pécresse, o secretário de Segurança Pública de Paris, Laurent Nuñez, apresentou na quarta-feira (29) o plano de proteção policial das áreas ao redor dos locais de competição dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. A prioridade é a segurança do público, atletas e autoridades, mas o projeto deve dificultar a vida dos moradores da capital francesa.

No total, serão quatro perímetros de segurança. O primeiro assegura a proteção de áreas onde só pessoas com credenciamento - atletas, jornalistas, empregados da organização - poderão acessar. O segundo é o perímetro de alta segurança onde estarão autoridades, como chefes de Estado e de governo.

Dois outros perímetros regulam a circulação e foram separados por duas cores. A área vermelha são os espaços ao redor dos locais de competição que estarão fechados ao tráfego de veículos. Já a área azul é um perímetro estabelecido em torno da área vermelha em que apenas veículos de pessoas que vivem ou trabalham nesses locais vão poder circular.

Para quem precisar trafegar por esses espaços, uma autorização em formato de código QR será exigida. O documento será gerado por meio de uma plataforma na internet que está sendo desenvolvida.

Vários distritos de Paris abrigam as áreas vermelhas e azuis estabelecidas pela Secretaria de Segurança Pública para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, principalmente os distritos centrais e perto do Rio Sena. Outros seis pontos que terão restrição de circulação ficam na periferia da capital francesa. Entre eles está o município de Saint-Denis, ao norte de Paris, que vai abrigar o centro aquático e os alojamentos dos atletas.

Nas redes sociais, parisienses preveem que o plano de segurança vai resultar em dificuldades de circulação e engarrafamentos. Internautas reclamam, por exemplo, da dificuldade que terão de acessar suas próprias casas ou seus locais de trabalho. Por isso, muita gente prevê sair de Paris durante o período dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos para fugir dos possíveis problemas que a organização dos eventos pode resultar.

“É um entrave à livre circulação dos franceses, um direito fundamental”, diz no Twitter o usuário Michel Michel. “Que fiasco isso vai ser!”, diz o internauta Romain Randazzo.

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Daniella Franco, da RFI

O anúncio foi feito por Valérie Pécresse, presidente da região Île-de-France, área que engloba Paris e arredores. A líder do partido de direita “Sejamos Livres” também preside o organismo que gerencia os transportes públicos na grande região parisiense e chocou a opinião pública ao postar um vídeo nas redes sociais na segunda-feira (27) explicando o aumento nas tarifas dos metrôs, ônibus e bondes.

“Devido aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2024, vamos aumentar consideravelmente nossa rede de transportes. Não é possível que as moradoras e moradores de Paris paguem por isso”, diz Pécresse no vídeo.

Com reformas da ordem de € 4,2 bilhões na rede de transportes pesando no bolso do governo, a presidente da região parisiense alega não ter outra escolha a não ser aumentar as tarifas dos passes de metrô, trens, ônibus e bondes. No entanto, o acréscimo será aplicado aos turistas e visitantes no período dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

Durante os eventos, o bilhete unitário, que custa atualmente € 2,10 (R$ 11,24), passará a custar € 4 (R$ 21,40). Um novo plano semanal, o “Passe Paris 2024”, que dará acesso diário ilimitado aos transportes públicos durante sete dias, será vendido a € 70 (R$ 371,82). Atualmente, o passe semanal custa € 16 (R$ 85). O pacote de 10 bilhetes também será submetido a um aumento e passará de € 16,90 (R$ 90,42) a € 32 (R$ 171).

O anúncio de Pécresse suscitou uma enxurrada de críticas nas redes sociais. “Os parisienses já estão de saco cheio dos transportes. Logo será o resto do mundo”, escreveu a internauta Jennysis no X (ex-Twitter), em resposta à presidente da região Ile-de-France. “Exploremos turistas e visitantes para dar uma boa imagem da França para o mundo”, ironizou Shaolan, outro usuário da plataforma.

Parisienses serão poupados do aumento

As autoridades garantem que o aumento não afetará os moradores de Paris e arredores. Segundo a Île-de-France Mobilités, organismo que gerencia os transportes em comum na grande região parisiense, o passe mensal – o mais utilizado pela população da capital francesa – não será submetido a aumentos durante os jogos. No entanto, ele terá um acréscimo de € 2,30 em janeiro de 2024, passando dos atuais € 84,10 para € 86,40.

Já os bilhetes unitários e os passes semanais poderão ser adquiridos pelo preço atual, de € 2,10 e € 16, respectivamente, até antes do início dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Durante os eventos, o plano que dá direito à utilização ilimitada dos transportes públicos durante sete dias será substituído pelo “Passe Paris 2024”.

Do final de julho até o início de setembro de 2024, além dos bilhetes unitários, a € 4, que dão direito a um único trajeto, um passe diário com deslocamentos ilimitados dentro da grande região parisiense também será disponibilizado por € 16. Após o término das competições, os bilhetes e passes retornarão ao preço habitual.

Polêmico plano de segurança

Dois dias depois do anúncio de Pécresse, o secretário de Segurança Pública de Paris, Laurent Nuñez, apresentou na quarta-feira (29) o plano de proteção policial das áreas ao redor dos locais de competição dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. A prioridade é a segurança do público, atletas e autoridades, mas o projeto deve dificultar a vida dos moradores da capital francesa.

No total, serão quatro perímetros de segurança. O primeiro assegura a proteção de áreas onde só pessoas com credenciamento - atletas, jornalistas, empregados da organização - poderão acessar. O segundo é o perímetro de alta segurança onde estarão autoridades, como chefes de Estado e de governo.

Dois outros perímetros regulam a circulação e foram separados por duas cores. A área vermelha são os espaços ao redor dos locais de competição que estarão fechados ao tráfego de veículos. Já a área azul é um perímetro estabelecido em torno da área vermelha em que apenas veículos de pessoas que vivem ou trabalham nesses locais vão poder circular.

Para quem precisar trafegar por esses espaços, uma autorização em formato de código QR será exigida. O documento será gerado por meio de uma plataforma na internet que está sendo desenvolvida.

Vários distritos de Paris abrigam as áreas vermelhas e azuis estabelecidas pela Secretaria de Segurança Pública para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, principalmente os distritos centrais e perto do Rio Sena. Outros seis pontos que terão restrição de circulação ficam na periferia da capital francesa. Entre eles está o município de Saint-Denis, ao norte de Paris, que vai abrigar o centro aquático e os alojamentos dos atletas.

Nas redes sociais, parisienses preveem que o plano de segurança vai resultar em dificuldades de circulação e engarrafamentos. Internautas reclamam, por exemplo, da dificuldade que terão de acessar suas próprias casas ou seus locais de trabalho. Por isso, muita gente prevê sair de Paris durante o período dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos para fugir dos possíveis problemas que a organização dos eventos pode resultar.

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