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Acabar com o desmatamento: uma oportunidade de US$18 bi para o Brasil

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Se você perguntar para um economista, a solução para o problema do desmatamento é clara: a floresta tem que valer mais dinheiro em pé que derrubada. Claro que há uma série de motivos para se preservar ecossistemas que vão muito além de ganhos financeiros, mas as ferramentas dos economistas costumam ser especialmente eficazes porque elas trabalham com incentivos poderosos.
Faz 25 anos que um esquema de pagamento para a redução do desmatamento chamado REDD+ é discutido e aprimorado em fóruns internacionais das Nações Unidas. A sigla quer dizer Reducing Emissions from Deforestation and Forest Degradation.

O Brasil, que tem uma das maiores reservas de florestas tropicais do mundo, já teve algumas experiências com esquemas de REDD+ no passado. A mais importante delas foi o Fundo Amazônia, que desde 2008 recebeu mais de 1 bilhão de dólares em doações, principalmente dos governos da Noruega e da Alemanha.

Mas esse fundo foi paralisado em 2019, depois que o governo Bolsonaro fez mudanças na gestão que vão contra regras pré-estabelecidas com os doadores. Desde então, nenhum novo projeto foi executado e, como a gente sabe, o desmatamento só aumentou.

Mas o Fundo Amazônia é só uma parte da oportunidade que o Brasil perde se não participar de esquemas de REDD+. Há um grande esforço para viabilizar projetos mais ambiciosos em grandes áreas de floresta, chamados REDD jurisdicional. No episódio de hoje eu entrevisto Breno Pietracci, economista no Environmental Defense Fund, em Nova York.

Junto com outros pesquisadores, Breno fez um estudo divulgado pela iniciativa Amazônia 2030 no mês passado. Em suma, eles concluíram o seguinte: eliminar o desmatamento na Amazônia poderia gerar receitas de pelo menos 18.2 bilhões de dólares pro Brasil em dez anos.

Até agora, projetos de REDD+ limitavam-se a acordos bilaterais entre países baseados em doações. Mas o que está sendo criado é um mercado para créditos de carbono provenientes de REDD+ jurisdicional, com compradores e vendedores em escala global. Isso permite atingir valores bem mais altos pela floresta em pé.

Nessa conversa, Breno explica como funciona o REDD+ jurisdicional e o que o Brasil deveria estar fazendo para participar desse mercado.

Um pouco mais sobre as credenciais do Breno Pietracci: ele estudou a economia das mudanças climáticas em seu doutorado e pós-doutorado. O Environmental Defense Fund, onde ele trabalha hoje, é uma ONG que ficou conhecida por ter ajudado a banir o agrotóxico DDT nos Estados Unidos, e que recentemente participou da criação da arquitetura necessária para um mercado de REDD jurisdicional.

Críticas? Sugestões? Escreva para podcast@economiadofuturo.com
Algumas referências usadas nesse episódio:

http://www.fundoamazonia.gov.br/export/sites/default/en/.galleries/documentos/rafa/RAFA_2021_en.pdf

https://oeco.org.br/reportagens/brasil-perde-chance-de-receber-us-20-bilhoes-com-paralisacao-do-fundo-amazonia-diz-cgu/

https://www.spglobal.com/commodityinsights/en/market-insights/blogs/energy-transition/061422-jurisdictional-redd-carbon-markets

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O Brasil, que tem uma das maiores reservas de florestas tropicais do mundo, já teve algumas experiências com esquemas de REDD+ no passado. A mais importante delas foi o Fundo Amazônia, que desde 2008 recebeu mais de 1 bilhão de dólares em doações, principalmente dos governos da Noruega e da Alemanha.

Mas esse fundo foi paralisado em 2019, depois que o governo Bolsonaro fez mudanças na gestão que vão contra regras pré-estabelecidas com os doadores. Desde então, nenhum novo projeto foi executado e, como a gente sabe, o desmatamento só aumentou.

Mas o Fundo Amazônia é só uma parte da oportunidade que o Brasil perde se não participar de esquemas de REDD+. Há um grande esforço para viabilizar projetos mais ambiciosos em grandes áreas de floresta, chamados REDD jurisdicional. No episódio de hoje eu entrevisto Breno Pietracci, economista no Environmental Defense Fund, em Nova York.

Junto com outros pesquisadores, Breno fez um estudo divulgado pela iniciativa Amazônia 2030 no mês passado. Em suma, eles concluíram o seguinte: eliminar o desmatamento na Amazônia poderia gerar receitas de pelo menos 18.2 bilhões de dólares pro Brasil em dez anos.

Até agora, projetos de REDD+ limitavam-se a acordos bilaterais entre países baseados em doações. Mas o que está sendo criado é um mercado para créditos de carbono provenientes de REDD+ jurisdicional, com compradores e vendedores em escala global. Isso permite atingir valores bem mais altos pela floresta em pé.

Nessa conversa, Breno explica como funciona o REDD+ jurisdicional e o que o Brasil deveria estar fazendo para participar desse mercado.

Um pouco mais sobre as credenciais do Breno Pietracci: ele estudou a economia das mudanças climáticas em seu doutorado e pós-doutorado. O Environmental Defense Fund, onde ele trabalha hoje, é uma ONG que ficou conhecida por ter ajudado a banir o agrotóxico DDT nos Estados Unidos, e que recentemente participou da criação da arquitetura necessária para um mercado de REDD jurisdicional.

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