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Tipologia da não-ficção

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#029 – Acabo de ler numa crônica de jornal a frase de Hannah Arendt em seu, "Homens em tempos sombrios":

"A questão é: quanta realidade se deve reter mesmo num mundo que se tornou inumano, se não quisermos que a humanidade se reduza a uma palavra vazia ou a um fantasma."

As coincidências não existem de fato. Eu ia apresentar para você o episódio novo de Prelo, em que falo sobre A tipologia da não-ficção: em outras palavras palavras, quais são os dispositivos mais comuns para apresentar uma obra "baseada em fatos reais".

Na escala de bizarrices, precisamos concordar que realidade tem superado a ficção. Nós, ficcionistas, estamos à mercê da realidade, sempre um ou dez passos atrás, como um detetive perseguindo um assassino. Quando julgamos inventar alguma coisa, ela aparece nos jornais. Acabamos com o mundo na ficção, e na realidade ela consegue terminar muitas vezes seguidas, e deixar-nos sobrevivendo para contar a história.

A verdade é a agulha que se esconde num palheiro de opiniões, frases motivacionais e outras, fora de contexto. Existem muitas maneiras de procurá-la, e ela, ainda que múltipla, não pode ser confundida ao relativismo niilista, nem à roleta russa dos desiludidos.

E o que nós, ficcionistas, fazemos com esta batata quente? Bons tempos em que um hobbit pegava uma trilha, lutava com orcs com ajuda de anões, elfos e feiticeiros, e salvava o mundo jogando um anel de invisibilidade na boca de um vulcão. O que fariam estes heróis diante dos derivativos e das bolhas do mercado financeiro, da pesca predatória que navios de origem europeia empreendem nas costas africanas e que empurram os antigos pescadores das cidades para o campo, intensificando o extrativismo e o desmatamento, expondo a espécie humana a uma multidão de vírus e doenças?

Como se conta uma história destas realidades? E nas palavras de Hannah Arendt: quanta realidade se deve reter num mundo que se tornou inumano? Como fazer com que a nossa curiosidade converse com a curiosidade dos nossos leitores?
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E hoje quero fazer um convite: dia 6 de maio, às 19h, uma segunda-feira, vou coordenar uma formação online gratuita chamada Mínima Linha Infinita – O Caminho do Haikai para a Poesia, ministrada pelo aclamado poeta e editor Tarso de Melo.
Quer descobrir os mistérios da língua?
Então clique no link e garanta a sua vaga: https://bit.ly/poesia-prelo

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Na escala de bizarrices, precisamos concordar que realidade tem superado a ficção. Nós, ficcionistas, estamos à mercê da realidade, sempre um ou dez passos atrás, como um detetive perseguindo um assassino. Quando julgamos inventar alguma coisa, ela aparece nos jornais. Acabamos com o mundo na ficção, e na realidade ela consegue terminar muitas vezes seguidas, e deixar-nos sobrevivendo para contar a história.

A verdade é a agulha que se esconde num palheiro de opiniões, frases motivacionais e outras, fora de contexto. Existem muitas maneiras de procurá-la, e ela, ainda que múltipla, não pode ser confundida ao relativismo niilista, nem à roleta russa dos desiludidos.

E o que nós, ficcionistas, fazemos com esta batata quente? Bons tempos em que um hobbit pegava uma trilha, lutava com orcs com ajuda de anões, elfos e feiticeiros, e salvava o mundo jogando um anel de invisibilidade na boca de um vulcão. O que fariam estes heróis diante dos derivativos e das bolhas do mercado financeiro, da pesca predatória que navios de origem europeia empreendem nas costas africanas e que empurram os antigos pescadores das cidades para o campo, intensificando o extrativismo e o desmatamento, expondo a espécie humana a uma multidão de vírus e doenças?

Como se conta uma história destas realidades? E nas palavras de Hannah Arendt: quanta realidade se deve reter num mundo que se tornou inumano? Como fazer com que a nossa curiosidade converse com a curiosidade dos nossos leitores?
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