Akira Kurosawa (Parte 03): Fascismo e Liberdade de Expressão - Análise do filme "Não Lamento Minha Juventude" (1946)
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Neste podcast analiso filme "Não Lamento Minha Juventude", de 1946.
Esse filme é a exposição do fascismo em si, uma imposição ditatorial assentada na instrumentalização de valores tradicionais que, com a desculpa do anti-comunismo, se torna promotor de perseguição política e alienação social.
Trata-se do primeiro filme de Kurosawa feito após o fim da Guerra do Pacífico, época em que o governo militar do Japão estava completamente dissolvido e havia uma certa brisa de democracia correndo correndo pelo país, mesmo que falsa, puramente retórica e dada em contextos completamente traumáticos.
Apesar de ser um filme político, ele nem de longe se assemelha ao perfil do realismo socialista soviético, onde há a negação do indivíduo e do universo subjetivo de análise. Muito pelo contrário, todo panorama político apresentado no filme é condensado num âmbito de experiências pessoais da personagem principal, Yukie - a primeira e única protagonista feminina da filmografia de Kurosawa.
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